Vigilantes da Rodoviária de BH receberam treinamento sobre como lidar com pessoas em situação de rua. O evento foi promovido nos últimos dias 10 e 11 de novembro pela empresa Segex Segurança Privada, responsável pelos serviços de vigilância prestados no Terminal. Especialista no tema, o psicólogo Douglas Menezes ministrou o treinamento, realizado no Auditório da Rodoviária com equipes de até 24 colaboradores. Foram cumpridas todas as medidas de prevenção e distanciamento social em face da pandemia.
O objetivo foi conscientizar os vigilantes quanto ao atendimento adequado a pessoas em situação de rua, por meio de tratamento igualitário e humanizado. Também foram prestadas orientações sobre unidades de atendimento que oferecem serviços de acolhimento à população de rua na capital mineira.
Em sua apresentação, o psicólogo abordou a Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua, datada de 2008. Ela integra o esforço de estabelecer diretrizes e rumos que possibilitem a (re)integração dessas pessoas às suas redes familiares e comunitárias. A Política também prevê o acesso aos direitos dos cidadãos brasileiros e a oportunidades de desenvolvimento social pleno, considerando as relações e significados próprios produzidos pela vivência do espaço público da rua.
Menezes expôs ainda o resultado da Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social entre os anos de 2007 e 2008, a fim de quantificar e qualificar todos os fatores. Quanto aos motivos que levam as pessoas a morar nas ruas, os principais são, segundo esse levantamento: alcoolismo e/ou uso de drogas (35,5%), perda de emprego (29,8%) e conflitos familiares (29,1%).
“São diversos os grupos de pessoas que estão nas ruas: imigrantes, desempregados, egressos dos sistemas penitenciário e psiquiátrico, entre outros, que constituem uma enorme gama de pessoas vivendo o cotidiano das ruas”, salientou o psicólogo em sua apresentação. Existem, ainda, os chamados “trecheiros”, pessoas que transitam de uma cidade a outra – na maioria das vezes, caminhando a pé pelas estradas, pedindo carona ou se deslocando com passes de viagem concedidos por entidades assistenciais.