Valorizando a proximidade e o diálogo com a comunidade, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) promoveu esta semana reuniões com lideranças políticas e da sociedade civil acerca do Parque das Águas de Caxambu. Os encontros foram realizados no Balneário Hidroterápico do local, nos dias 23 e 24 de maio, como forma de ouvir a população representada, ampliar o debate e costurar soluções para o bom funcionamento do espaço. A Companhia está retomando os estudos internos para a melhor modelagem possível de gestão e operação do Parque, após a revogação, em 14 de abril, do edital de licitação que objetivava conceder sua administração à iniciativa privada.
Representantes de organizações não governamentais e dos poderes municipais legislativo e executivo, além de outros moradores locais, foram convidados pela Codemge para a construção conjunta de possibilidades. Os encontros, anteriores ao rito formal exigido por um processo licitatório, foram importantes para que os cidadãos presentes pudessem opinar, participar e contribuir para a proposição de melhorias no bem público.
As reuniões foram conduzidas pelo gerente de Promoção e Comercialização de Ativos da Codemge, João Victor Rodrigues Silva, com participação de outros profissionais do seu setor e das áreas de licitação e comunicação da Companhia.
O gerente avaliou que a iniciativa da Codemge foi muito produtiva, ao dialogar com a sociedade sobre as soluções para o Parque das Águas, seja via edital de concessão, seja por outro formato. “Dentro desse processo, ouvir a população e os demais setores é fundamental para que tenhamos sucesso na solução que vai ser proposta. Acreditamos que saímos daqui mais bem preparados para poder vencer os desafios que o Parque imputa à Companhia e aos usuários que desejam melhorias nas estruturas e nos serviços ofertados”, considerou.
Representantes políticos
Presente no encontro do dia 24/5, o prefeito de Caxambu, Diogo Curi, disse concordar com a ideia de parceria público-privada, concessão ou cota de participação na gestão do Parque das Águas, de modo que a Codemge continuasse como proprietária o espaço, mas delegasse a administração do local. “Vejo muito empenho e disposição da Codemge em resolver a situação”, pontuou.
O secretário municipal de Turismo, Filipe Condé, classificou o diálogo como muito positivo. “Atores políticos e institucionais da cidade puderam colocar suas visões e trazer também um pouco das necessidades que a população aponta para a questão do Parque”, pontuou.
O vereador Fábio Curi representou a presidência da Câmara Municipal e agradeceu à Codemge por abrir o canal de comunicação e estreitar os laços com a sociedade. “Assim, caminhando junto, tenho certeza que sairão bons frutos para o nosso Parque das Águas”, completou.
Para o vereador Dennis Renato Carneiro, foi um prazer ter recebido os representantes da Codemge em Caxambu. “Acredito que a mensagem foi ouvida. Queremos que o Parque tenha uma solução”, resumiu.
Importância do Parque
Na reunião do dia 23/5, representantes da sociedade civil discutiram possibilidades de gestão e salientaram a importância do Parque das Águas para a sociedade. “Ele representa a vida da cidade. As pessoas valorizam muito”, disse a psicóloga Maria Teresa Castelo Branco.
Para a professora Carla Fernandes, o Parque é o motivo de a cidade existir. Integrante do Comitê Popular de Luta de Caxambu, ela destacou a relação fundamental dos moradores com o equipamento, sublinhando aspectos como educação, saúde e pertencimento. Na análise de Carla, a conversa com a Codemge é importante, como início de um diálogo sobre o melhor modelo de gestão a ser construído, visando à conservação e à preservação do espaço.
Já o advogado João Celestino Teixeira acentuou a relevância do Parque para o mundo. “As águas minerais que aqui nascem têm propriedade terapêutica que atravessa fronteiras”, pontuou.
A psicóloga e vice-presidente da ONG Ampara, Maria Antônia Teixeira, contou que o Parque foi estruturando-se a partir das águas minerais que brotaram, como presente na natureza, sendo que toda a cidade vive em torno disso. “É a nossa identidade, a nossa história, o que nos dá razão de existir”, definiu. “No caso de Caxambu, temos 12 fontes, com características físico-químicas e propriedades terapêuticas diferentes, o que é uma dádiva imensurável. As práticas terapêuticas, a crenoterapia, o termalismo são o grande diferencial gerado por esse Parque”, comentou. Ela gostou da reunião, mais informal, e defendeu um modelo de gestão holístico, integrado e compartilhado entre poder público e sociedade.