Inaugurado em 2015 pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Codemig, o Centro de Cultura Presidente Itamar Franco (CCPIF) completa 8 anos em 2023.
O local foi projetado como um complexo cultural e institucional para abrigar originalmente a Sala de Concertos Minas Gerais. Dois anos depois, em 2017, o CCPIF recebeu a TV Rede Minas e a Rádio Inconfidência, ambas integrantes da Empresa Mineira de Comunicação. No mesmo ano, o imóvel tombado, localizado no complexo, tornou-se sede da Mineraria – Casa da Gastronomia.
O projeto arquitetônico foi desenvolvido por Jô Vasconcellos e Rafael Yanni, com consultoria acústica de José Augusto Nepomuceno para a Sala de Concertos.
Ocupando uma área em torno de 41 mil metros quadrados, o Centro de Cultura está localizado a apenas um quarteirão do cruzamento das avenidas Amazonas e Contorno, no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte. O complexo funciona de maneira integrada entre os 3 prédios, inclusive com o estacionamento, central de energia e equipamentos técnicos.
Sala Minas Gerais
A Sala de Concertos Minas Gerais surgiu com o intuito de inserir o Estado no roteiro internacional dos grandes concertos de música erudita. Além de ser um espaço ideal para apresentação de orquestras, a Sala já recebeu grandes artistas como Jota Quest, Flávio Renegado e Titane. Atualmente, o espaço é usado com uma frequência mensal de dois concertos por semana dependendo do mês. Há também disponibilização de locação do espaço para uso de terceiros. Após a celebração da parceria entre Codemig, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult) e Instituto Filarmônica, a gestão da sala está a cargo da Filarmônica.
A Sala foi o primeiro espaço do Centro de Cultura aberto ao público. Ela foi arquitetada com alta tecnologia e tem capacidade para aproximadamente 1,4 mil espectadores. O ambiente foi feito para permitir a apresentação de orquestras nacionais e internacionais, proporcionando oportunidade para intercâmbios musicais e experiências sonoras.
Além de ter estrutura para receber grandes sinfônicas e filarmônicas, o espaço amplia a capacidade de atuação das orquestras do Estado. O arquiteto José Nepomuceno, responsável pelo projeto do interior da Sala buscou salas de referência ao redor do mundo para viabilizar a definição da performance sonora idealizada, que, por sua vez, possibilitou a execução do formato arquitetônico para o apuro do som orquestral.
O espaço é dotado de áreas de público e técnicas e salas de ensaios individuais e coletivas, além de infraestrutura para gravações de áudio e vídeo, iluminação cênica, pontos de apoio para equipes de televisão, segurança e demais instalações dotadas de acessibilidade aos portadores de necessidades especiais.
São três pavimentos de garagens, resultando em um estacionamento com cerca de 500 vagas, para atender o público em noites de concertos, importante diferencial em relação às casas de espetáculos existentes na cidade.
Empresa Mineira de Comunicação
Desde 2017, a Empresa Mineira de Comunicação (EMC), fundada em 2016 pela Lei nº 22.294, passou a ocupar um prédio no Centro de Cultura.
O local que abriga a Rádio Inconfidência e a Rede Minas de Televisão foi construído com a estrutura adequada às atividades de cada uma delas. Além disso, a sede compartilhada auxilia na integração e interação entre as emissoras.
O prédio da Rádio/TV tem aproximadamente 6 mil metros quadrados distribuídos em seis andares e conta com diversos estúdios de telejornalismo, produção e gravação de programas de rádio e televisão com tratamento acústico executado sob medida; doca com estacionamento e espaços de armazenagem de materiais, além de andares amplos e abertos que possibilitam a montagem de escritórios com o mínimo de divisórias.
Mineraria – Casa da Gastronomia
No mesmo ano em que a EMC chegou no complexo, o imóvel tombado que ocupa cerca de 1.300 m² distribuídos em dois andares recebeu o projeto Mineraria – Casa da Gastronomia.
O espaço foi completamente reformado e possui espaços de cozinha com equipamento industrial, áreas de convivência, balcões e varandas, além de mobiliário completo, doca de acesso às cozinhas e rede individualizada de gás.
No ano seguinte, em 2018, a Casa da Gastronomia foi concessionada a um parceiro do setor privado que tem um contrato firmado até 2028 para exploração do espaço. O foco é o benefício da indústria gastronômica em Minas Gerais por meio da realização de eventos voltados para esse fim.
Degustações, comemorações de fim de ano, lançamentos de livros e filmagem de filmes dentro da temática gastronômica são alguns tipos de eventos que ocorreram no espaço desde então.
O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, fala sobre a importância do CCPIF como equipamento cultural: “um espaço belíssimo e central na nossa capital e que também que se irradia em todo o Estado de Minas Gerais e pra fora do Estado nas suas grandes produções. Esse espaço tem uma importância fundamental hoje, no dia a dia da cultura do Estado de Minas Gerais. Completa 8 anos, uma jovem, mas uma grandiosa Sala, Tv e o Complexo de arte de todos nós aqui de Minas Gerais.”
Compromisso com a sociedade
Após a cisão parcial da Codemig, ocorrida em 2018, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, Codemge, passou a ser acionista majoritária da Codemig. A Codemge tem como objetivo fazer a gestão adequada do portfólio de ativos, sempre pautada nos princípios de economicidade e eficiência, buscando o melhor uso social e econômico para os empreendimentos.
Seguindo esse preceito, a Codemig também estuda formas de otimizar a utilização do Complexo Cultural de tal maneira que possa tornar ainda mais democrática a sua utilização.
“Em comparação com outros equipamentos culturais da cidade, a Sala Minas Gerais recebe um número eventos muito abaixo da capacidade e do potencial que tem. Por isso a importância de ter na gestão um parceiro que com expertise em atração e promoção de eventos culturais. O Palácio das Artes, por exemplo, que é focado no meio cultural, segundo dados da Secretaria Estadual de Cultura, recebe uma média de 210 atividades por mês, com uma circulação de 35mil pessoas/mês. Já o Circuito da Liberdade, que é formado por 32 equipamentos culturais entre a Avenida do Contorno e o entorno da Praça da Liberdade, teve mais de 200 atividades mensais e recebeu um público de mais de 200mil pessoas/mês no ano passado. Olhando para esses números é possível ver que com uma gestão mais assertiva a Sala Minas Gerais tem muito a oferece para a população. Esse baixo número de utilização demanda aportes da Codemge, que são recursos que poderiam ser destinados ao Estado para aplicação em políticas de educação, saúde e segurança. Isso poderia acontecer, caso a Sala estivesse sendo melhor administrada, de forma mais eficiente. O objetivo social da Companhia é justamente otimizar os espaços que estão sob nossa responsabilidade de forma a retornar para a população o melhor serviço possível.”, salienta Thiago Toscano, presidente da Codemge.
“Além desse grande desafio que a Companhia tem para aumentar o uso do equipamento por parte da população, buscamos a sustentabilidade econômica do Centro de Cultura. A ideia é que o local consiga se manter economicamente. A Companhia tem ótimos exemplos e sucesso na parceira junto ao setor privado, como é o caso do Expominas Belo Horizonte que, após a concessão realizada teve um crescimento de 161% no volume de eventos realizados. O negócio de gerir e trazer eventos é estritamente privado. Existem empresas especializadas, como a que está hoje, e isso, com certeza, traz benefícios”, completa o diretor de Gestão de Ativos e Mercado da Codemge, Sérgio Lopes Cabral.