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Seminário de Grafeno promove conexão entre pesquisa e mercado

8 de outubro de 2021

Mais de mil pessoas participaram do Seminário de Grafeno 2021 com o tema “Avanços e desafios na produção, caracterização e aplicação de grafenos”. O evento on line e gratuito, realizado nos dias 4, 5 e 6 de outubro, reuniu em um amplo debate mais de trinta palestrantes representantes de empresas, entidades de pesquisa e organizações do setor público.

O destaque das discussões foi o crescimento da interação entre empresas privadas e instituições de ciência e tecnologia com o objetivo de desenvolver a produção e a utilização de grafenos no Brasil. As apresentações demonstraram que há diversos centros de pesquisa e inovação tecnicamente preparados para atender o setor privado, para que a transferência dessa competência direcione os negócios para produtos e processos cada vez mais valiosos. As estratégias passam, por um lado, por uma opção das estruturas empresariais pela inovação aberta, que agrega mais valor aos produtos e serviços quando absorve e promove o conhecimento já pronto e, por outro lado, pelo investimento das entidades de pesquisa em novos formatos de negócios, como as start ups, para atender às demandas do mercado.

No evento, foram apresentados também os avanços obtidos pelo projeto MGgrafeno na produção, caracterização e aplicação de grafeno. O projeto MGgrafeno, que idealizou e promoveu o seminário, é uma parceria da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN).

Para um dos coordenadores do projeto, professor do Departamento de Física da UFMG, Flávio Plentz, os bons resultados do MGgrafeno são a demonstração de que o investimento em inovação impulsiona um ciclo virtuoso na economia de alto valor agregado. “Está demonstrado que foi um grande acerto a decisão de dominar a técnica e o conhecimento ligados ao grafeno, em vez de investir em compra ou licenciamento de tecnologias, que não eram sequer viáveis”.

MGgrafeno

Criado em 2016, o Projeto MGgrafeno visa o desenvolvimento de tecnologia nacional própria de produção, separação e adequação (customização), além da geração de aplicações industriais, em parceria com o setor privado. O processo de produção elaborado pelo projeto, a partir da esfoliação em fase líquida (água) do grafite natural, é reprodutível, escalável e com custo baixo. Todo o resíduo gerado é reutilizado ou reciclado, o ar é monitorado e toda água retorna ao ciclo. Toda a planta, instalada no CDTN, em Belo Horizonte, é segura e sustentável.

Trabalham no MGgrafeno 56 profissionais, sendo 18 doutores e 8 mestres, entre químicos, físicos, biólogos e engenheiros, sendo que, ao todo, mais de 90 profissionais estão ou já passaram pelo projeto. No mês passado, uma otimização de processos permitiu quadruplicar a produção e reduzir o tempo de conversão do grafite para grafeno sem custo adicional.

Além da produção de grafeno em escala, o MGgrafeno já testou e demonstrou mais de 20 aplicações e materiais, com diversos parceiros empresariais. Em 2021, o projeto foi destaque no estudo “Panorama Tecnológico Grafeno”, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Para conhecer mais sobre o projeto, acesse: www.mggrafeno.com.br.

Investidores

O Projeto MGgrafeno conta com diversos parceiros no desenvolvimento de aplicações industriais e agora também irá abrir as portas para investidores interessados na operação do empreendimento. O chamamento público para investidores será anunciado nos próximos meses. As informações serão disponibilizadas no site da Codemge.

Empresas interessadas no desenvolvimento de aplicações com grafeno ou no investimento para a fase industrial podem entrar em contato pelo e-mail codemge@codemge.com.br.