O Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip), em Belo Horizonte, recebe no dia 13/9 ação de conscientização em comemoração ao Dia Mundial da Sepse. Profissionais de saúde estarão no hall de entrada da rodoviária para tirar dúvidas relacionadas à síndrome, além de distribuir material informativo. Conhecida como septicemia ou infecção generalizada, a Sepse é uma inflamação generalizada do próprio organismo contra uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. Essa inflamação pode levar a parada de funcionamento de um ou de mais órgãos, com risco de morte quando não descoberta e tratada rapidamente.
Na última década, a taxa de incidência da doença aumentou entre 8% e 13% em relação à década passada, ocasionando mais mortes do que o infarto agudo do miocárdio ou alguns tipos de câncer, como o de mama e o de intestino. Estima-se cerca de 670 mil casos registrados anualmente no Brasil, com uma taxa de mortalidade de 55%. “A sepse é uma doença cujas características e sintomas são muito inespecíficas e cujo reconhecimento e internação precoces fazem toda a diferença no tratamento, pois as primeiras horas são importantíssimas para o tratamento com antibioticoterapia e reposição volêmica”, explica Dr. Luciano Azevedo, presidente do Instituto Latino Amerino de Sepse (ILAS).
Crianças, idosos e pessoas com sistema imune deficiente, como pacientes com HIV ou com câncer, estão no grupo de maior risco. “A sepse pode começar com uma infecção, como a pneumonia ou uma infecção urinária, que se não tratada adequadamente pode evoluir e levar ao óbito”, esclarece Dr. Luciano.
Uma pesquisa do (ILAS), realizada no primeiro trimestre de 2017, em 134 municípios brasileiros, mostrou que 86% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre sepse. Já 98% sabiam sobre infarto do miocárdio. “A despeito da mortalidade por sepse no Brasil ser muito superior à do infarto do miocárdio, o conhecimento do público brasileiro sobre a síndrome ainda é bastante restrito. Campanhas de esclarecimento envolvendo sociedades médicas e imprensa para o público geral devem ser realizadas para minimizar o problema, porque o reconhecimento precoce e a busca imediata de auxílio médico podem impactar e ajudar a diminuir a elevada mortalidade por sepse em nosso país”, disse Dr. Luciano Azevedo.
O reconhecimento precoce por parte dos profissionais de saúde também é importante e é a chave para o tratamento adequado. Por isso, o Dia Mundial da Sepse 2017 tem como mote Pense, pode ser sepse? Dr. Luciano Azevedo reforça a importância do treinamento das equipes de saúde, com foco na enfermagem, para o reconhecimento dos primeiros sinais de gravidade, principalmente nos serviços de urgência. “O tratamento adequado nas primeiras seis horas tem clara implicação no prognóstico. Medidas simples, como a realização de alguns exames específicos na primeira hora e alguns procedimentos importantes podem salvar vidas”, conclui.
Dados sobre Sepse no Brasil e no Mundo:
1) A cada 3 segundos alguém morre de sepse no mundo
2) A cada ano são registrados cerca de 23 milhões de novos casos no mundo. Destes, seis milhões são neonatais e dez milhões por sepse materna.
3) A síndrome permanece como causa primária de morte por infecção, apesar dos avanços na medicina moderna que incluem novas vacinas, antibióticos e cuidados críticos nos hospitais, tendo taxas de mortalidade entre 30% e 60%, dependendo do país.
4) Estudo revela que mortalidade no Brasil é de 55% em pacientes internados em Úteis.
5) Cerca de 30% dos leitos de Úteis em nosso país são ocupados por pacientes com sepse
6) nosso país tem uma das maiores mortalidades de sepse do mundo. Alguns estudos epidemiológicos mostraram que a mortalidade brasileira por sepse é maior do que a de países economicamente semelhante, como a Índia e a Argentina.
7) Uma das razões é devido ao pouco conhecimento da população sobre a síndrome, o que faz com que os pacientes com sepse sejam admitidos para tratamento em fases mais avançadas, quando o risco de óbito é maior.
8) os profissionais de saúde de prontos-socorros, enfermarias ou úteis também têm dificuldades no reconhecimento rápido da sepse e de suas disfunções orgânicas. Por isso, o diagnóstico de sepse é feito de forma atrasada e as horas iniciais, importantíssimas para o tratamento com antibioticoterapia e administração de soro, são perdidas.
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